Coluna do Fábio Amador - CORONAVÍRUS: A VACINA DA POLÍTICA CHEGOU?

Em 21/09/2020

Fábio Amador

Pastor e Escritor

 

CORONAVÍRUS: A VACINA DA POLÍTICA CHEGOU?

 

Por Fábio Amador

 

 

    O ano de 2020 começou em setembro? Pelo menos essa é a impressão da maioria das pessoas. Há poucos meses estávamos desesperados diante da proliferação do covid-19 que matou somente no Brasil mais de 135 mil pessoas e que continua matando. Um caos sem precedente no século XXI com consequências ainda incalculáveis. Foi uma pandemia catastrófica de alcance universal em todas as esferas sociais, como profeticamente cantou Raul Seixas: “O DIA EM QUE À TERRA PAROU”.

 

    O comércio fechou e a economia despencou, templos religiosos impedidos de realizar cultos e missas, e os fiéis sem poder fazer suas orações e rezas, ficando deprimidos em suas casas que ficou como a um gueto. Somente serviços considerados essenciais puderam funcionar, porque essa era a lei e o decreto do poder. Reconhecidamente a maioria das restrições obviamente se fez necessário para preservação de milhares de vidas. Por isso, estamos cientes que a luta contra o covid 19 somente seria vencida quando alguma vacina eficaz fosse desenvolvida seja a vacina vinda de Oxford, da Rússia ou da China. Certo? Não. Não, como assim?

 

     De repente sucedeu o inesperado! Tudo indica que a vacina contra o coronavírus já chegou, e não veio de Oxford, nem da Rússia e muito menos da China. A vacina chegou na realização das convenções partidárias e trazendo de forma “sobrenatural” a erradicação do coronavírus nas cidades da nossa amada Paraíba. O mais espetacular, as convenções partidárias presenciais foram realizadas principalmente por aqueles que no princípio determinaram o isolamento social. O que aconteceu? Foi milagre? O coronavírus foi realmente embora? Não, o que ocorre é que já estamos nas eleições para prefeitos e vereadores que também serve estrategicamente como base para as eleições de 2022 que elegerá deputados estaduais, deputados federais, senadores, governadores e presidente da república. Entendeu? Quando é o poder que está em jogo qualquer outro assunto se torna periférico, como bem comentou Richard J. Foster em relação ao poder: “O poder pode destruir ou criar. O poder que destrói exige ascendência; requer controle absoluto”.

 

      Os desígnios do homem sem o conhecimento de Deus são perversos e irrigados com o veneno da malícia. Assim, qualquer que seja o poder exercido pelo homem distante deste conhecimento, sempre será efetuado por alguém propenso a enveredar-se na ruína da soberba em decorrência da sede insana pelo poder. O historiador Flávio Josefo, comentando a respeito da ambição pelo poder, disse: “Pode-se ver (…) como nada há que o interesse e a ambição, bem como a inveja, não sejam capazes de levar os homens a cometer. Eles usam de todos os meios para consolidar a sua posição ou para elevar-se às  honras e quando conseguem não sentem horror em recorrer ao crime para se manter ali. Consideram um mal menor não poder conquistar essas vantagens, mas estas lhes fazem a felicidade e toda a sua alegria, e então, depois de as haver conquistado, querem a todo custo conservá-las e tudo fazem para não as perder”.

 

     É bem verdade que este desejo dos homens pelo domínio lhes é inerente, e isto se deve ao fato de que no princípio da criação, quando Deus criou o homem, criou-o à sua imagem e semelhança. Significando com isso que este homem seguiria de certa forma o modelo administrativo e governamental de Deus. “E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra”. (Gn 1.26). Observemos que a esfera de domínio sobre a qual o homem deveria exercer o seu governo está limitada à criação, a parte do ser humano que foi constituído à imagem e semelhança do Criador. Somos mordomos de Deus, administradores dos recursos do criador para o bem dos nossos semelhantes. A mordomia do poder concedida por Deus ao homem em razão do pecado tornou-se corrupta. Devido a isto, sempre houve em todas as esferas do exercício do poder, um desejo descabido pelo poder totalitário. Todavia, quem não exercer o poder para glória de Deus e o bem do próximo, certamente exercerá para a própria ruína.